sábado, 13 de abril de 2013

A crise do jornal impresso e sua reinvenção

Jacy Araújo


O jornal impresso brasileiro passou por grandes mudanças desde a sua chegada com a família real em 1808. De lá para cá, entre todos os meios de comunicação, o jornal tradicional sofreu uma grande crise no final dos anos 90. O surgimento das novas mídias – TV e principalmente a internet – abalou o setor. O jornal impresso passou por uma verdadeira crise de identidade. Os jornais brasileiros precisavam – e ainda precisam - se adaptar ao novo contexto social para que os leitores não deixem de ler as edições impressas.

A questão que permeia a sobrevivência do jornal impresso nos dias de hoje é quanto ao conteúdo dos periódicos. O que vemos todos os dias na mídia impressa são, na maioria da vezes, notícias disponíveis na internet ou já exibidas na televisão. O factual continua sendo o foco do jornal tradicional. Thomaz Souto Corrêa, o vice-presidente do Conselho Editorial do Grupo Abril, costuma dizer que “se os jornais não conseguirem reinventar o produto que entregam todas as manhãs aos seus assinantes e que despejam nas bancas, vão mesmo perder público e anunciantes em um ritmo proporcional ao do crescimento das mídias eletrônicas, em especial a Internet. Todo dia morre o leitor de papel e todo dia nasce o leitor eletrônico”.

Levar para casa do leitor o debate público, abordando textos e reportagens que sirvam para uma maior reflexão sobre os mais diversos assuntos, precisa tomar o lugar da notícia factual do dia anterior, que o leitor provavelmente já terá visto em outras mídias. Atualmente, praticamente nenhum jornal fez uma mudança por esse viés, abolindo a superficialidade da apresentação da informação do dia anterior. Muito jornais inovaram em seus suplementos - a exemplo do Jornal do Comércio em Pernambuco -, com conteúdos bastantes aprofundados e trazendo discussões importantes, mas são poucos. Como ponto positivo, podemos observar que jornais têm dado bastante espaço para os colunistas, as seções de opinião, as análises e os artigos explicativos.

Talvez esse seja o caminho para reinvenção do jornal impresso com qualidade. Porém, é preciso que os jornalistas e os jornais se reciclem e façam uma reformulação mais radical ou haverão duas consequências: eles correrão o risco de se tornarem muito menos importantes do que já são ou os jornais sensacionalistas ganharão a vez e a voz.

Assista ao vídeo sobre a temática:

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